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Procuram-se Afetos

Deixando para trás o título com um caráter demasiado informativo, o assunto sobre o qual me interrogo é o que são afinal os afetos? Ora bem, segundo os “experts” na matéria, o afeto é “a sensação imediata e subjetiva que temos em relação a algo”, ou seja, o afeto tem uma ligação com o passado, com as experiências e vivências com as pessoas, objetos, ambientes, ideias.


Por isso, de acordo com eles, quando alguém fala em afetos tem que falar obrigatoriamente em relação. Ora, curiosamente, numa relação somos afetados pelos outros, mas também os afetamos. São esses afetos estabelecidos que constroem a matriz da nossa vida pessoal e se refletem no nosso quotidiano. Além disso, este mundo dos afetos é, como vimos anteriormente, subjetivo, isto é, próprio de cada um visto que cada um tem diferentes experiências.


Todavia, neste mundo tão subjetivo, há um foco comum e que eu considero relevante expôr: a procura pelo amor e pela felicidade, isto é, a realização pessoal. No meu parecer, estes afetos são “o pão nosso de cada dia”, ou seja, são muito importantes e demasiadamente decisivos para a nossa realização. Assim, é na procura de obter estes afetos que a pessoa humana constrói as suas relações.


Contudo, perante um mundo cheio de complicações, as pessoas esquecem-se destes afetos tão importantes. Ao invés de perecer a vontade de amar e ser amado, de ser alegre e estar realizado, o que reina atualmente é o dinheiro, o mundo económico, das finanças, que atrocidou qualquer desejo de se poder fazer uma vida serena, com amor e alegria. Ao contrário do que se esperava, na hierarquia dos valores o dinheiro aparece bem no topo e o amor e a felicidade vêm depois, com estatuto de bens supérfulos visto que o bem essencial hoje em dia é o dinheiro.


Fazendo o ponto de situação: os afetos consistem nas relações, no dar e receber, porém o que interessa hoje em dia às pessoas é o dinheiro. Será possível “arranjar” tempo para nós nos relacionarmos com os outros e nos realizarmos pessoalmente ou a busca incessante pelo dinheiro omite-nos isso e faz-nos ter a ideia distorcida que o dinheiro nos realiza? Como já ouvi muitas vezes dizer: “o dinheiro não compra tudo”. É com isso que nos temos de preocupar, com o facto de que o dinheiro não consegue comprar amor nem felicidade. De que vale ter dinheiro se não nos sentimos realizados e amados?


Sábios são os antigos, que desde há muito que sabem que o dinheiro não é tudo e que, acima de tudo, devem estar o amor e a alegria. Numa altura em que poucos se acreditam que haja algo a aprender, tomem atenção, isto sim é uma lição de vida. Sigam os exemplos de quem tem experiência de vida, porque é com a experiência que aprendemos. Procurem os caminhos do amor e sejam felizes… com dinheiro, mas, acima de tudo, realizados pessoalmente. O que fica para nós deste mundo são as relações, os afetos, pois e o dinheiro? Esse não vai connosco para a cidade dos pés juntos…


Autor: Ricardo Monteiro

 

Autor: Ana Matias

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